quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Michael Kiske: a importância de Tobias Sammet no seu retorno ao Metal.


Em 1994, frontman de uma das mais importantes bandas de Metal, o Helloween, Kiske se desentendeu com o guitarrista Michael Weikath e, com 4 álbuns de estúdio e 1 ao vivo no bolso, resolveu jogar tudo para o alto e abandonar a banda no auge da sua carreira.

Foi um momento em que ele preferiu ficar recluso e dando declarações de que queria esquecer o passado e que não curtia mais Metal. Muitos dizem que ele se tornou um fanático religioso e iniciou uma verdadeira caça as bruxas, dando declarações bastantes polêmicas em suas raras entrevistas.

Em 1996, lançou seu primeiro álbum solo, “Instanty Clarity”, algo assim mais puxado para o Pop/Rock, e que contou com os convidados Adrian Smith (Iron Maiden) e Kai Hansen nas guitarras de “The Calling” e “New Horizons”, respectivamente. Mas o destaque mesmo ficou por conta da linda balada “Always”, dedicada ao ex-companheiro de Helloween, Ingo Schwichtenberg, que havia se suicidado no ano anterior, se atirando na frente de um trem vestido com a camisa da banda.

Em 1999, lançou o segundo álbum solo, “Readiness To Sacrifice”, idêntico ao primeiro no estilo, e que teve baixa aceitação pelo público e crítica. As contas foram se acumulando, e quando tudo parecia terminado, eis que surge uma luz lá no fim do túnel e Kiske agarra com toda a sua força, passando por cima de suas fantasiosas convicções religiosas e ressurgindo das cinzas novamente no cenário metaleiro.

E essa ajuda veio através de Tobias Sammet, vocalista e principal compositor da banda alemã Edguy, que o convidou para interpretar em 2001 o personagem druida Lugaid Vandroy, no aclamado projeto “Avantasia”, com o lançamento do álbum “The Metal Opera Pt. 1”. A título de informação, os druidas formavam uma classe poderosa de intelectuais e conselheiros dentro da sociedade celta. Considerados por muitos como magos e bruxos, a filosofia deles era fundamentada nos princípios do amor e da sabedoria. Eles adoravam a natureza e estavam sempre em busca do equilíbrio com ela e com os outros seres. Além disso, cultivavam a música e a poesia. Não podia haver personagem melhor para Kiske naquele momento, e a prova disso foi a sua desenvoltura nas cinco faixas que ele participou, "Reach Out For The Light", "Breaking Away", "Farewell", "Avantasia" e "The Tower". Uma outra curiosidade a respeito desse álbum, foi o fato de seu nome não aparecer nos créditos da obra. Ele usou o pseudônimo Ernie, que era um boneco usado por ele nos shows do Helloween.

Perguntado em uma entrevista sobre como Tobias Sammet tinha o convencido a voltar a cantar Metal, ele respondeu:

“Tobi me ligou e foi meio idiota, eh ... Quero dizer, legal(risos). Quando ele me perguntou pela primeira vez, eu estava ainda no estado de desaparecer do mundo do metal-rock, é por isso que eu me chamei Ernie no álbum. Acho tudo isso engraçado. Hoje estou muito mais relaxado e desde que eu conheci fãs novamente em alguns países e toquei ao vivo, eu estou bem com as partes idealistas e não-satânicas do mundo do metal novamente.”

Essa foi uma parceria que deu certo, já que Kiske também participou dos outros álbuns desse projeto. Em 2002 com “The Metal Opera Pt.2”, 2008 com “The Scarecrow”, 2010 com o lançamento duplo de “The Wicked Symphony” e “Angel Of Babylon”, e 2013 com “The Mystery Of Time”. Valeu Tobias! Os fãs agradecem por ter conseguido tirar o cara da toca!

O fato, é que podem falar o que quiserem, mas Kiske continua com um puta gogó e mandando muito bem atualmente, seja no Unisonic, no Place Vendome ou em outros vários projetos que tem participado. Quem é Rei nunca perde a majestade!