domingo, 5 de janeiro de 2014

Radiohead: morador de rua faz cover de “Creep” e surpreende a todos


Nessa vida existem histórias muito interessantes, e quando no meio delas existe a música como protagonista especial, as coisas tornam-se mais fascinantes ainda. Em 2009, o morador de rua Daniel Mustard, foi até a porta da emissora de rádio Sirius XM em Nova York, e disse que queria participar do programa “Opie & Anthony Show”. Usava roupas pesadas, uma barba ruiva longa e suja, rosto avermelhado e olhos escondidos em baixo de um boné surrado. Durante a entrevista, ele contou a sua história como músico, e resolveram deixá-lo mostrar o seu talento entregando em suas mãos um violão e pedindo que ele escolhesse uma canção para apresentar. A escolhida foi “Creep”, originalmente lançada pela banda Radiohead em 1992, e todos ficaram imediatamente chocados com a maravilhosa interpretação que Mustard estava fazendo para toda a rede nacional. Depois desse episódio, além de ganhar um teto para morar, gravou dois EPs, sendo que o último, “Fragments of Bones”, lançado em 2012, contou com a ajuda de fãs através de uma campanha de doação de dinheiro em um website.


sábado, 4 de janeiro de 2014

Freddie Mercury assumiu ser gay em “Bohemian Rhapsody“. Confira!


Mary Austin e Freddie Mercury
O objetivo dessa matéria é acabar de uma vez por todas com as dúvidas existentes sobre uma das músicas mais emblemáticas da banda Queen, lançada em 1975 no álbum “A Night At The Opera”. Existem muitas especulações sobre o real significado da letra de “Bohemian Rhapsody“, e Freddie Mercury sempre se recusou a explicar sua composição, dizendo apenas que se tratava de relacionamentos. Vale lembrar que em um documentário da BBC Three sobre essa canção, o baterista Roger Taylor afirmou que o verdadeiro significado da música é "bastante auto-explicativo, apenas com um pouco de nonsense no meio". Já o guitarrista Brian May, sempre disse  que a música possuia referências veladas a traumas pessoais de Mercury. Muitos apontam como uma provável inspiração, o romance de Albert Camus, “O Estrangeiro”, no qual um jovem confessa um assassinato por impulso e tem uma epifania antes de ser executado. O fato, é que se olharmos a letra sob um novo prisma, as coisas ficam muito fáceis de serem analisadas.

Is this the real life?
Is this just fantasy?
Caught in a landslide
No escape from reality
Open your eyes
Look up to the skies and see
I'm just a poor boy
I need no sympathy

O narrador (Mercury) está vivendo um momento conturbado, misturando vida real e fantasia. Ele se apresenta como um pobre rapaz e diz que não precisa de compaixão.

Because I'm easy come, easy go
A little high, little low
Anyway the wind blows
Doesn't really matter to me, to me

As coisas com ele acontecem com uma naturalidade incrível, e mesmo tendo altos e baixos, ele não se importa com a direção que o vento soprar. Ele deixa bem claro que “apenas ele”. Mas será que alguém se importa?

Mama, just killed a man
Put a gun against his head
Pulled my trigger, now he's dead
Mama, life had just begun
But now I've gone and thrown it all away

Essa é a parte mais importante da canção. O narrador diz para a sua mãe que matou um homem colocando uma arma em sua cabeça e puxando o gatilho. Diz ainda que a vida estava apenas começado, mas agora terá que jogar tudo fora. O homem morto, nada mais é, do que o próprio Mercury. A batalha entre a realidade e a fantasia chegou ao fim e ele resolveu assumir o seu lado homosexual. Quando “Bohemian Rhapsody” foi lançada, Mercury vivia há 5 anos com Mary Austin, e segundo ela relatou em uma entrevista anos depois, a forte relação de amor terminou quando a bissexualidade de Freddie deu espaço somente à homossexualidade.

Mama, oh
Didn't mean to make you cry
If I'm not back again this time tomorrow
Carry on, carry on
As if nothing really matters

O narrador diz à sua mãe para não chorar e, que se não estiver de volta nesse mesmo horário no dia seguinte, para ela seguir em frente, como se nada realmente importasse. Aqui vemos claramente o sentimento de vergonha que Mercury sente de sua mãe com a exposição da sua opção sexual. Não deve ser mesmo fácil para uma mãe que carrega um filho no ventre por nove meses e dedica horas passando talquinho em sua pele, saber que agora essa mesma pele está sendo “usada” por outros homens peludos e suados.

Too late, my time has come
Sends shivers down my spine
Body's aching all the time
Goodbye everybody, I've got to go
Gotta leave you all behind
And face the truth
Mama, oh
I don't want to die
I sometimes wish I'd never been born at all

O narrador agora diz que é tarde demais, que a sua hora chegou e que ele sente arrepios na espinha e está com o corpo dolorido a todo momento. Dá adeus para todos, dizendo que tem que deixá-los para trás e encarar a verdade. Fala para a sua mãe que não quer morrer e que, às vezes, desejaria não ter nascido dessa forma. Nos três primeiros versos, fica claro a mistura do sentimento de culpa e desejo. Quanto a parte do “encarar a verdade” e “não querer morrer”, pode parecer complexo, mas sabendo analisar de forma lógica, tudo se esclarece. É do conhecimento de todos, que Freddie Mercury nasceu em Zanzibar, uma ilha próxima à costa leste da África, tendo sido batizado como Farrokh Bulsara. Seus pais, Jer e Bomi Bulsara, eram provenientes da região de Gujarati, na Índia, descendentes dos persas que para lá imigraram há mais de mil anos fugindo de perseguições religiosas. Eles faziam parte de um grupo étnico conhecido como Parsees, seguidores do zoroastrismo. Aqui já começamos a notar uma certa preocupação do narrador com o assunto “religião”.

I see a little silhouette of a man
Scaramouch, Scaramouch
Will you do the fandango?
Thunderbolt and lightning, very, very frightening me
Galileo, Galileo
Galileo, Galileo
Galileo, Figaro, magnífico

Aqui, chegamos na parte mais complexa de todo o enredo. O narrador vê uma pequena silhueta de um homem. Ele convida o Scaramouche (personagem palhaço e malandro da comédia italiana Dell’Art que usa uma máscara preta, e às vezes, óculos) a dançar o fandango (dança em pares conhecida na Espanha desde o período Barroco, caracterizada por movimentos vivos e agitados, com certo ar de exibicionismo, frequentemente acompanhada de sapateado ou castanholas). Diz ainda sentir muito medo de raios e relâmpagos, e repete cinco vezes a palavra Galileo (físico, matemático,astrônomo e filósofo italiano). Analisando todas essas informações, chegamos a seguinte conclusão: Chegou um pequeno homem até ele (esse “pequeno” pode se referir tanto à estatura quanto à significância). Estaria ele fantasiado de palhaço? Ou será que o narrador se referia ao fato do homem estar se escondendo atrás de uma máscara? Um manipulador?  Vale lembrar que o fandango é uma dança em que ocorrem muitas trocas de olhares. Seria uma fantasia sexual? Pode ser, visto que “raios” e “relâmpagos” estão associados à física e astronomia (Galileo). De repente uma prática sadomasoquista com algum aparelho que emitisse choques? Talvez sim, visto que termina a estrofe com as palavras “Figaro” e “magnífico”, dando uma idéia de êxtase e prazer.

But I'm just a poor boy, nobody loves me
He's just a poor boy from a poor family
Spare him his life from this monstrosity
Easy come, easy go, will you let me go?
Bismillah!
No, we will not let you go
Let him go
Bismillah!
We will not let you go, let him go
Bismillah!
We will not let you go, let me go
Will not let you go, let me go, never
Never let you go, let me go
Never let me go, oh
No, no, no, no, no, no, no
Oh mama mia, mama mia
Mama mia, let me go
Beelzebub, has a devil put aside for me
For me, for me

Nessa parte, começa uma grande confusão na mente do narrador. Ele repete que é apenas um pobre rapaz e que ninguém o ama. Uma segunda voz aparece para ratificar que ele é apenas o tal pobre rapaz de uma pobre família. Uma terceira voz vem em seguida pedindo para poupar a vida do narrador dessa monstruosidade. Aqui fica claro que Mercury estava pensando em cometer suicídio. O motivo? Ter passado por cima das convicções de sua religião nativa, que abomina a relação sexual entre duas pessoas do mesmo sexo. As duas vozes clamam por Bismillah (que significa em árabe “Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso") para ter compaixão sobre aquela pobre alma. Mas o narrador se mostra decidido a ir até o fim, e mais uma vez, pede para a sua mãe deixá-lo ir embora, pois Belzebu (o príncipe dos demônios), já teria reservado um diabinho para atormentá-lo. Vale lembrar que nesse ponto, tudo faz sentido, já que é do conhecimento de todos, que a alma de um suicida não vai para o Céu, e sim, para o Inferno.

So you think you can stone me
And spit in my eye?
So you think you can love me
And leave me to die?
Oh, baby, can't do this to me baby
Just gotta get out
Just gotta get right outta here
Nothing really matters
Anyone can see
Nothing really matters
Nothing really matters to me
Anyway the wind blows

A parte final da canção mostra o narrador vencendo os demônios da sua mente e desistindo da idéia de tirar a própria vida. Ele se enche de coragem e chega a desafiar seu inimigo invisível:

Então você acha que pode me apedrejar
E cuspir no meu olho?
Então você acha que pode me amar
E me deixar morrer?

Ele finalmente venceu a batalha contra o seu Alter Ego. Vale lembrar que o apedrejamento é um fato comum em certas regiões do Oriente Médio e parte da África, de onde nasceram as origens da sua religião nativa. E termina dizendo que todos podem ver que ele saiu ileso dessa “briga” e que realmente nada importa para ele, o vento continua soprando, é a vida que se segue...

Sem dúvida nenhuma, uma das mais lindas e complexas canções da história do Rock, onde Freddie Mercury fez questão de mostrar todo o drama vivido dentro da sua consciência, pelo simples fato, de buscar seu prazer pessoal de uma forma que não era muito bem vista pela sociedade naquela época. Observamos também a grande preocupação dele em não fazer sua mãe sofrer com a sua escolha. Com certeza, um cara muito à frente do seu tempo, e que nos deixou essa obra-prima em forma de música. Valeu Freddie! O Rock agradece!


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Pink Floyd: as brincadeiras dos enigmas nas capas dos álbuns


O objetivo dessa matéria não é mostrar os sincronismos perfeitos entre os álbuns da banda Pink Floyd e seus respectivos filmes, mas sim, mostrar para os caros leitores, que bastava um olhar mais atento para as capas dos álbuns, que os enigmas estavam lá, precisando apenas de uma pequena dose de observação e interpretação para matar a charada.

Em 1969, a banda lançava o álbum duplo “Ummagumma”, e o enigma estava lá na cara de todos, logo acima do nome da banda, apoiado na parede, a trilha sonora do filme GIGI, um grande clássico lançado em 1958 que conta a história de Gaston Lachaille, o solteiro mais cobiçado de Paris, que se apaixona por Gigi, uma jovem irrequieta e que recebe aulas de etiqueta para se tornar uma dama da aristocracia. Existem, pelo menos, 15 sincronismos comprovados entre o álbum e o filme, e o mais impressionante disso tudo, é que se retirarmos as vogais do nome "Ummagumma", a palavra que se forma é a seguinte:  MMGMM. Vale lembrar que GIGI é um filme da MGM (Metro-Goldwyn-Mayer Inc.), assim como todos os outros em que ocorrem os sincronismos.


Em 1973, a banda lançava o álbum “The Dark Side of the Moon”, e um olhar mais apurado na capa do filme “O Mágico de Oz”, perceberia claramente a ligação de ambos, que possuem, pelo menos, 58 sincronismos comprovados. A estrada de tijolos amarelos, lembra muito uma certa figura geométrica. Além disso, o filme começou em preto e branco e terminou colorido, do qual podemos comparar ao efeito de um prisma, onde um feixe de luz policromática se dispersa em infinitas partes monocromáticas (cores).



Em 1994, a banda lançava o álbum “The Division Bell “, trazendo na capa duas grandes estátuas de rostos de macacos. Grande parte do álbum lida com questões de comunicação e de que muitos dos problemas da vida podem ser resolvidos através do diálogo. O sincronismo aqui é com o filme “Planeta dos Macacos”, que tem, pelo menos, 10 já comprovados. No encarte que acompanha o álbum, a página da canção "Keep Talking", que também saiu como single, traz uma ilustração de seis macacos formando um rosto. 




A banda voltaria a “brincar” com o filme “O Mágico de Oz” em 1995, ano do lançamento do álbum duplo “P.U.L.S.E”, trazendo algumas referências a esses famosos sincronismos. Na música "The Great Gig In The Sky", que originalmente trazia um trecho dizendo "I never said I was frightened of dying" ("Eu nunca disse que tinha medo de morrer"), mudou para "I never said I was frightened of Dorothy" ("Eu nunca disse que tinha medo de Dorothy"). Além disso, a ilustração da capa - um disco imitando um globo ocular, com um sol sofrendo eclipse substituindo a íris - trazia escondida algumas imagens referentes ao filme, como a silhueta de uma garota com sapatos vermelhos (Dorothy), a silhueta do Homem de Lata e a bicicleta da Bruxa Avarenta.





Existem muitos outros sincronismos entre álbuns do Pink Floyd e filmes, mas não é possível matar a charada apenas observando as capas dos álbuns.