quinta-feira, 31 de julho de 2014

Titãs: "Nheengatu" e as incríveis coincidências nas capas


Em maio deste ano, a banda nos brindou com o excelente álbum “Nheengatu”, carregado de letras ácidas e um discurso reto e agressivo, abordando temas como pedofilia, racismo, homofobia e violência policial. A arte da capa, que retrata a Torre de Babel, foi baseada na pintura do artista belga Pieter Bruegel, sobre a torre mítica construída pelos homens para alcançar os céus, mas destruída pela ira de Deus, o que resultou na dispersão dos homens pela Terra, que então passaram a desenvolver idiomas próprios e não mais se entenderam. Pena não se tratar de uma coisa inédita, já que outras três bandas já haviam utilizado essa imagem nas capas dos seus respectivos álbuns: Comecon no álbum "Converging Conspiracies" (1993), Kipelov na capa do single Vavilon (2003) e The Aristocrats no álbum "Culture Clash" (2013).





Em 2009, a banda Titãs lançou “Sacos Plásticos”, seu 13º álbum de estúdio, e mesmo emplacando duas canções em novelas da Rede Globo, "Antes de Você" (Caras & Bocas) e "Porque Eu Sei Que é Amor" (Cama de Gato), o trabalho foi considerado fraco e muitos acreditaram que a banda, em termos artísticos, tinha literalmente chegado ao fundo do poço, mas mesmo assim, não deixou de apresentar mais uma coincidência, ao usar na imagem para a divulgação do álbum, a mesma idéia usada em 1969 pela banda holandesa de Rock Progressivo, Hair Zen.



Em 1999, a banda lançou o álbum  "As Dez Mais", e não há como negar  uma forte inspiração na capa do álbum "Definitely Maybe", da banda Oasis, lançado em 1994.



Em 1998, a banda lançou o álbum “Volume Dois”, e a coincidência agora foi ao contrário, ou seja, a arte da capa desse álbum é que serviu de inspiração para outra banda. E o pior foi que até um grupo de pagode entrou na jogada e também bebeu na mesma fonte. Repare nas capas dos álbuns “Minutes to Midnight”, lançado em 2007 pela banda Linkin Park, e "Sinais", lançado pelo Sorriso Maroto em 2009. Alguma dúvida?







segunda-feira, 28 de julho de 2014

Metallica: a história por trás da música "For Whom The Bell Tolls"


"For Whom The Bell Tolls" é a terceira faixa do segundo álbum da banda, Ride the Lightning, lançado em 1984, e foi composta por Cliff Burton, James Hetfield e Lars Ulrich. Aparece no S&M, álbum ao vivo da banda lançado em 1999 e gravado no Berkley's Community Theatre, juntamente com a Orquestra Sinfônica de São Francisco, e também na trilha sonora do filme Through The Never, lançado pela banda em 2013. Sua letra foi baseada no romance de mesmo nome do escritor Ernest Hemingway, que usando sua experiência pessoal como participante voluntário da Guerra Civil Espanhola, narra a história de Robert Jordan, um americano integrante das Brigadas Internacionais, que luta ao lado do governo democrático e republicano, recebendo a missão de dinamitar uma ponte. O título do livro faz referência a uma obra do pastor e escritor inglês John Donne chamada “Meditação 17” que trazia o trecho (“And therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee”).

Em 1961, passando por vários problemas de saúde, Hemingway acabou com a sua própria vida através de uma espingarda que usava para matar pombos. Fez de forma semelhante ao seu pai, que em 1929, com a saúde abalada e em meio à crise financeira após a quebra da Bolsa de Nova York, também se suicidou com um tiro de pistola.

Sua obra foi eternizada no cinema em 1943 com um filme dirigido por Sam Wood, que teve Gary Cooper e Ingrid Bergman nos papéis principais. Influenciou até o nosso “maluco beleza” Raul Seixas, que batizou em 1979 seu 9º álbum de estúdio (e uma das canções também) com o mesmo nome do livro.

Vale lembrar que a canção "For Whom The Bell Tolls" foi usada para os créditos de abertura do aclamado filme Zombieland, lançado em 2009, cujo enredo gira em torno de dois homens lutando para sobreviver em um mundo pós-apocalíptico dominado por zumbis.

Em maio de 2014, a banda sueca Sabaton lançou o álbum “Heroes”, e com ele, veio uma belíssima versão de “For Whom The Bell Tolls" como uma das faixas bônus, deixando muitos fãs entusiasmados e, inclusive, com algumas declarações de que teria ficado melhor do que a original. Será? Ouça no link abaixo e tire as suas próprias conclusões.




domingo, 27 de julho de 2014

Deep Purple: o exorcismo de Coverdale em “Stormbringer”


Em 1974, a banda Deep Purple lançou o álbum “Stormbringer” e trouxe para a faixa homônima ao nome do álbum, elementos de um filme de terror bastante conhecido: O Exorcista (1973). No início da faixa, um pouco antes do primeiro verso, o jargão arrastado que é falado por David Coverdale é o mesmo diálogo, de trás para frente, que Regan MacNeil (interpretada pela atriz Linda Blair) profere no filme quando é questionada pelo padre.

Outra curiosidade é sobre a arte na capa do álbum. A imagem é baseada em uma foto de um tornado que passou perto da cidade de Jasper, Minnesota, no dia 8 de Julho de 1927 e foi registrado por Lucille Handberg. A fotografia se tornou uma imagem clássica e foi usada e editada para a capa de “Stormbringer”, no qual foi criado um pégaso e uma inversão nas posições do tornado e do rancho. Em 1986, a mesma fotografia foi usada no álbum “Tinderbox” da banda “Siouxsie & the Banshees”.





sexta-feira, 25 de julho de 2014

Guns N’ Roses: a história por trás do videoclipe de "Since I Don't Have You"


Em 1993, a banda Guns N’ Roses lançou o álbum “The Spaghetti Incident?”, recheado de covers dos anos 50 à 80, e vendeu cerca de 190 mil cópias na primeira semana, alcançando a quarta posição na Billboard 200. Dentre as músicas escolhidas, havia uma em especial, com uma letra bem profunda no que se refere ao desgosto do amor: "Since I Don't Have You". Alcançou o 69º lugar na Billboard Hot 100, bem diferente da versão original, feita pela banda The Skyliners em 1958, que alcançou a 12ª posição na mesma parada.

O videoclipe retrata o ator Gary Oldman como um demônio que dá gargalhadas das desgraças vividas por Axl, e conta com um fato bastante curioso em relação ao conceito original, no qual Oldman iria usar uma fantasia vitoriana para parecer o Marquês de Sade e levaria o guitarrista Slash em um passeio de barco pelo rio Estige (rio sagrado onde Aquiles foi mergulhado para tornar-se invencível mas acabou morrendo na Guerra de Tróia com uma flechada no calcanhar). Porém, no momento da gravação, o ator perdeu a fantasia e acabou fazendo o papel de um demônio com a cara pintada de branco e trajando uma bermuda preta. A loira que aparece contacenando com Axl é a modelo Jennifer Drive, com quem o vocalista teve um rápido namoro no fim de 1993 e início de 1994.




quinta-feira, 24 de julho de 2014

Bon Jovi: a história por trás da música “Wanted Dead or Alive”


“Wanted Dead or Alive" foi lançada em 1986 no álbum “Slippery When Wet” e foi influenciada pela música "Turn the Page" de Bob Seger, da qual fala sobre os altos e baixos de um músico de Rock na estrada. Jon disse que ouviu a referida canção enquanto viajava em um ônibus de turismo e comentou com Richie Sambora que eles precisavam escrever uma canção no mesmo estilo. No ano seguinte, a dupla nos brindou com “Wanted Dead or Alive”, que veio com essa idéia de cowboy, comparando o estilo de vida de cada banda de Rock com à de bandidos do Velho Oeste, como uma jovem banda de ladrões a andar pela cidade roubando o dinheiro, as meninas e as bebidas antes de o sol nascer. Alcançou a posição 7 na Billboard Hot 100 e 13 no Mainstream Rock Tracks.

Vale lembrar que o álbum “Slippery When Wet” passou por várias mudanças de nome durante a sua criação, incluindo o nome “Wanted Dead or Alive” (uma capa do álbum foi produzida com a banda vestida de cowboys e acabou sendo usada mais tarde para o lançamento do single da faixa homônima). O nome definitivo do álbum só foi escolhido depois que a banda visitou um clube de striptease em Vancouver. Para saber mais sobre esse fato, acesse o link abaixo:

Nome de famoso álbum foi escolhido em clube de striptease

Os produtores do filme “Young Guns II”, um longa-metragem estadunidense de 1990 que conta a trajetória de Billy The Kid, posteriormente aos eventos da Guerra do Condado de Lincoln abordado no primeiro filme, queriam utilizar “Wanted Dead or Alive” na trilha sonora, mas Jon não cedeu a música, dizendo que a letra não se encaixava com a proposta do filme, e que ele gostaria de escrever algo que fosse liricamente correto. Algum tempo depois, foi para o set de filmagens e apresentou para os atores e produtores a canção “Blaze Of Glory”. Aprovada no mesmo instante, Jon saiu de lá com o roteiro nas mãos e escreveu mais nove músicas para o filme.

“Wanted Dead or Alive” pode ser ouvida no filme “P.I. Private Investigations” (1987), “Harley Davidson and the Marlboro Man” (1991), Scooby-Doo 2: Monsters Unleashed (2004), “Wild Hogs” (2007) e "Rock of Ages" (2012), onde foi interpretada pelo personagem Stacee Jaxx (vivido pelo ator Tom Cruise). Em 1986 apareceu no episódio "El Viejo", da série de TV “Miami Vice”, e em 2009, foi cantada pelos protagonistas  Sam (Jared Padalecki) e  Dean Winchester (Jensen Ackles) dentro do carro a caminho de New Harmony no episódio "No Rest for the Wicked" de “Supernatural”.


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Sexo Anal: saiba onde encontrar esse prazer no cenário Rock


No longínquo ano de 1955, o cantor, compositor e pianista americano Richard Wayne Penniman, mais conhecido por Little Richard, já falava abertamente sobre o tema na canção "Tutti Frutti", que trazia na letra original os dizeres “Tutti Fruitti, good booty, If it don’t fit, don’t force it, you can grease it, make it easy”. O produtor Robert Blackwell, sentindo que a música seria um grande sucesso, sugeriu que o teor sexual precisava ser limpo, e a sequência foi trocada por “Tutti Fruitti, all rooty”. No ano seguinte a canção foi regravada por Elvis Presley.

Em 1961, Willie Dixon compôs "Back Door Man", e em 1967 a banda The Doors lançou uma versão da mesma. A expresão "back door man", no contexto original, significa o amante que entra e sai pela porta dos fundos da casa, e é um tema recorrente ao blues. A partir dos anos 60, passou a ser encarada como duplo sentido para o homem que pratica sexo anal.

Em 1970, Mick Jagger escreveu a canção "Schoolboy Blues", que ficou mais conhecida como "Cocksucker Blues", fazendo uma paródia da canção "The Lonesome Guitar Strangler", lançada em 1969 pelo artista americano Dr. John. Era para ser o último single dos Rolling Stones lançado pela Decca Records como previsto em contrato, mas diante do contexto e dizeres inapropriados que a banda utilizou na letra com o propósito de irritar a gravadora, a canção foi lançada apenas em 1983 na Alemanha Ocidental, em uma compilação de 4 LPs chamada “The Rest of the Best”, e mesmo assim, saiu como bônus. Quatro semanas depois, a compilação foi relançada já sem a referida canção. A letra dizia: “Oh where can I get my cock sucked? Where can I get my ass fucked? I may have no money, but I know where to put it every time…”

Em 1974, a banda Kiss lançou a música "Nothin' to Lose" e Gene Simmons admitiu que a canção foi escrita com o propósito de persuadir sua namorada a experimentar o sexo anal e que ela não teria nada a perder. Linhas como “I thought about the back door, I didn’t know what to say” e “shake it honey” já dizem tudo.

Em 1984, a banda Deep Purple lançou a música "Knocking At Your Back Door" e nos brindou com a doce dançarina Lucy e a extravagante Nancy. Mais uma canção em que a letra diz tudo de forma bastante clara: “Feel it coming, It's knocking at the door, You know it's no good running, It's not against the law, The point of no return, And now you know the score, And now you're learning, What's knockin' at your back door…”

Menções honrosas para "I'd Do Anything for Love (But I Won't Do That)" do Meat Loaf na sequência: “Oh no, no way, And I would do anything for love, but I won't do that”, onde a personagem da canção fala em fazer tudo por amor, menos "isso", que fica subentendido que seria sexo anal. Outra que merece destaque é “I'm Gonna Give You A.I.D.S.” do Anal Cunt. A letra diz: “I'll let you let me fuck you in your fucking ass, I'll give you A.I.D.S. while I shove it in your ass…”. E por fim, uma que nem precisa dizer muita coisa, basta olhar o título: “I Want To Fuck A Dog In The Ass” do Blink-182.



terça-feira, 22 de julho de 2014

Led Zeppelin: "Bron-Y-Aur Stomp" tem relação com J.R.R. Tolkien?


Todos sabem que algumas letras do Led Zeppelin trazem claras evidências da influência do escritor britânico J.R.R. Tolkien, tais como “Misty Mountain Hop”, “Ramble On”, “Over The Hills And Far Away” e “Battle Of Evermore”. Apesar de já ter sido negado por Robert Plant, muitas pessoas acreditam que “Stairway to Heaven” também traz referências, principalmente nas partes "In my thoughts I have seen rings of smoke through the trees", o que poderia ser uma referência para os anéis de fumaça soprados pelo mago Gandalf. Outros acreditam em uma correlação entre a dama da canção e a personagem do livro, Lady Galadriel, dotada de um lindo cabelo de ouro e cercada de folhas douradas na floresta de Lothlórien. (There's a lady who's sure all that glitters is gold).

Em "Bron-Y-Aur Stomp", apesar de não trazer nenhuma referência explícita, há um fato relacionado ao escritor em questão. Plant descreve na canção a amizade pura e sincera com o seu cão de estimação, um pastor australiano “blue merle” chamado Strider, cujo nome foi inspirado no apelido de Aragorn em “O Senhor dos Anéis”.




segunda-feira, 21 de julho de 2014

Guns N’ Roses: o equívoco de Axl na escolha da capa de “Use Your Illusion”


A arte na capa dos dois álbuns “Use Your Illusion” veio através de uma pintura de Mark Kostabi, um controverso artista americano, filho de imigrantes estonianos, e que para muitas pessoas, não passa de um farsante, já que muitas das suas pinturas são provenientes de grandes obras clássicas que ele apenas pinta sobre novos “backgrounds”. Na verdade, a arte dessas capas foram baseadas em um detalhe da obra “The School of Athens” (Scuola di Atene), finalizada em 1511 pelo pintor e arquiteto italiano Raffaello Sanzio da Urbino, conhecido por muitos como apenas Raphael, e que se encontra em uma saleta no Vaticano. Junto com Michelangelo e Leonardo Da Vinci, forma a tríade de grandes mestres do Alto Renascimento.


Na época, Axl viu a pintura em uma exposição e foi paixão à primeira vista. Pagou uma grande quantia em cheque para só mais tarde saber que essa e tantas outras obras que ele acabou comprando gastando uma fortuna, poderiam ter sido adquiridas sem gastar um único tostão, já que eram de domínio público (No Brasil, uma obra deixa de ter um "direito autoral" e passa a ser considerada de domínio público, após setenta anos do falecimento de um autor, sem que seus herdeiros ou sucessores tenham direitos sobre o arranjo ou adaptação produzidos a partir da obra original).

Vale lembrar que Kostabi teve outra obra servindo de capa para um álbum de Rock. Foi em 1995 na capa de “¡Adiós Amigos!”, da banda Ramones. O obra em questão se chamava “Enasaurs”, e nela podiam ser vistos dois dinossauros usando chapéus de bruxa na cor amarela. Para a versão do Ramones, os chapéus foram alterados por dois do tipo mexicano.






domingo, 20 de julho de 2014

Iron Maiden: a história por trás da música “To Tame A Land”


“To Tame a Land” foi lançada em 1983 no álbum “Piece of Mind” e foi inspirada no romance de ficção científica “Duna”, publicado em 1965 pelo escritor e jornalista americano, Frank Patrick Herbert, que fala sobre um futuro distante no meio de um império intergaláctico feudal em expansão, onde mostra as complexas interações entre emoções humanas, política, religião, ecologia e tecnologia. A humanidade é completamente dependente do uso da especiaria “melange”, substância que promove uma vida mais longa, maior vitalidade e conscientização. O ambiente de “Duna” é notável por não possuir computadores, já que a religião do Império proíbe o uso de máquinas pensantes, temendo que estas possam destruir a humanidade. Todo o trabalho de cálculos complexos e previsões lógicas são feitos pelos Mentats, homens treinados desde a infância para usarem suas mentes com esse propósito.

Ao lado das trilogias ‘Fundação’, de Isaac Asimov, e ‘O Senhor dos Anéis’, de J. R. R. Tolkien, ‘Duna’ é considerada uma das maiores obras de fantasia e ficção científica de todos os tempos. Em 1984 foi levado às telas de cinema pelas mãos do consagrado diretor David Lynch, e contou com a participação do cantor Sting, interpretando o personagem Feyd-Rautha Harkonnen.

Vale lembrar que em 1990, a banda Blind Guardian lançou o álbum “Tales from the Twilight World”, e a faixa de abertura, "Traveler in Time", foi inspirada no mesmo livro.

A concepção original da banda era que a canção fosse nomeada simplesmente de “Dune”, mas tiveram que trocar para “To Tame A Land”, pois Frank Herbert não autorizou, e mesmo após uma última tentativa de Steve Harris, pregando o quanto isso seria ótimo para a promoção do livro, o escritor disse que não gostava de bandas de Rock, muito menos das pesadas, e especialmente, do Iron Maiden.

Em 1986, a banda lançou o álbum “Somewhere In Time”, e trouxe na arte da capa, duas referências sobre “To Tame A Land”. A primeira é abaixo de "Aces High Bar", onde aparece "Sand Dune". A outra é ao lado do relógio marcando 23:58, onde aparece "Herbert Ails", referindo-se ao escritor de “Duna” de forma sarcástica.




quarta-feira, 2 de julho de 2014

Van Halen: prejuízo de 85 mil dólares por causa de um M&M marrom


Fazer pedidos extravagantes para os produtores de show, é coisa mais do que habitual no cenário musical, mas a banda Van Halen usou um artifício bastante interessante e inteligente nas cláusulas do seu contrato. De um total de 53 páginas, no meio de outras exigências como iogurte Danone, copos de manteiga de amendoim Reese, batatas fritas com molhos variados, e até mesmo um tubo grande do lubrificante KY Jelly, aparecia no artigo 126 da página 40, um estranho pedido para que não servissem de forma alguma, M&Ms da cor marrom, sob pena de cancelamento do show com compensação integral. Esse foi o modo que a banda encontrou para saber se realmente os produtores leriam todo o contrato e saber se eles estavam preparados para dar suporte à banda, e dessa forma, se certificar que nenhum problema ocorresse durante o show, pois de acordo com o raciocínio de David Lee Roth, um produtor que não foi detalhista o suficiente para lidar com tarefas simples, então, a probabilidade de negligências com atividades maiores e de maior risco, poderiam ser enormes.

Eis que no dia 30 de março de 1980, na "University of Southern Colorado" (agora "Colorado State University – Pueblo"), em Pueblo, Colorado, a pegadinha surtiu efeito, e a banda encontrou um M&M marrom em uma tigela no camarim. O resultado foi devastador. David Lee Roth segurou o objeto marrom da discórdia em suas mãos, assim como Shakespeare, naquela célebre cena segurando o crânio em uma de suas mãos, e indagou: “O que é isso diante de mim?”. Logo em seguida, despejou o buffet no chão, fez um buraco na porta, e destruiu todo o local. O valor do estrago ficou em torno de 12 mil dólares. O piso emborrachado da quadra de basquete também foi danificado por causa do peso dos equipamentos, chegando a 85 mil dólares o valor total do prejuízo naquela Arena. Se os produtores tivessem lido o contrato na íntegra, saberiam que o piso não agüentaria todo o peso a que foi submetido (o peso total da montagem do palco era especificado no artigo 148), e mostrou o quanto a banda estava certa em se preocupar com a segurança de todos. Hoje em dia, ao invés de ser considerado mais um dos pedidos extravagantes de um Rockstar enlouquecido, a pegadinha do M&M marrom, não é apenas imitada por outros músicos, mas também citada por outros consultores de negócios em todo o mundo. Uma lição aprendida na escola do Rock.



terça-feira, 1 de julho de 2014

Europe: a história por trás da música “The Final Countdown"


“The Final Counddown” foi lançada em 1986 pela banda Europe, em seu terceiro álbum de estúdio, de nome homônimo ao da canção, e alcançou a oitava posição na Billboard Hot 100.

A melodia, que havia sido criada por Joey Tempest alguns anos antes, ainda nos tempos de faculdade, ficou esquecida em uma gaveta, até que mais tarde fosse suplementada com uma letra inspirada no single “Space Oddity” de David Bowie.

A batida e o ritmo, de acordo com o próprio vocalista, tiveram muita influência do álbum “Lights Out”, lançado em 1977 pelo UFO. Já para os solos de guitarra, a inspiração veio através do Thin Lizzy.

Quando chegou a hora de escolher o primeiro single do álbum, Tempest sugeriu a referida canção, que originalmente havia sido concebida apenas para ser tocada nas aberturas dos shows, e nunca passou pela cabeça da banda lançá-la como single. Alguns membros estavam preferindo "Rock The Night", e o impasse só terminou, quando a gravadora Epic Records apoiou a opinião de Tempest, e depois de todos entrarem em consenso, finalmente "The Final Countdown" saiu do forno rumo ao estrelato.

Vale lembrar que em 2011, uma pesquisa realizada pela revista Rolling Stone, acabou elegendo "The Final Countdown" como a 2ª pior música dos anos 80, ficando atrás de “We Built This City” do Starship.