A resposta é bastante simples: Todos beberam da mesma fonte e utilizaram em seus trabalhos referências do livro “Admirável Mundo Novo”, publicado em 1932 pelo escritor Aldous Huxley, que narra um hipotético futuro onde as pessoas são condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas. A droga “Soma” é universalmente distribuída em doses convenientes para os usuários. Família, monogamia, privacidade e pensamento criativo constituem crime. Os conceitos de "pai" e "mãe" são meramente históricos. Relacionamentos emocionais intensos ou prolongados são proibidos e considerados anormais. A promiscuidade é moralmente obrigatória e a higiene, um valor supremo.
Em 1979, o cantor Zé Ramalho lançou a música “Admirável Gado Novo”, que cita, de forma subjetiva, vários conceitos contidos no livro de Aldous Huxley. O gado referente na canção é o povo brasileiro, que apesar de manipulado facilmente por políticos e pela mídia, nunca perde a alegria de viver.
Em 2000, a banda Iron Maiden lançou seu 12º álbum de estúdio, “Brave New World”, que trazia tanto na capa quanto na canção homônima ao título do álbum, referências ao livro de Huxley. A arte final dessa maravilhosa capa ficou a cargo de Derek Riggs (a nuvem Eddie) e Steve Stone (a cidade futurista).
"Wilderness house of pain, makes no sense of it all
Close this mind dull this brain, Messiah before his fall
What you see is not real, those who know will not tell
All is lost sold your souls to this brave new world"
Em 2001, a banda de Indie Rock originária de Nova York, The Strokes, lançou o álbum “Is This It”, e trouxe a droga “Soma” dando nome para a faixa de número 3.
"Soma is what they would take when
Hard times opened their eyes
Saw pain in a new way
High stakes for a few names
Racing against sunbeams
Losing against their dreams"
Em 2003, a cantora Pitty lançou seu primeiro álbum de estúdio, “Admirável Chip Novo”, e tanto no título do álbum, quanto nas músicas, percebe-se claramente a influência do texto de Huxley. A canção homônima ao título do álbum fazia uma dura crítica sobre a nossa sociedade, e como o povo está totalmente alienado e aceitando tudo que a mídia impõe.
"Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado"